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sexta-feira, 17 de julho de 2009

e.e. cummings

Edward Eastlin Cummings, que literariamente sempre assinou E.E. Cummings, ou melhor, e.e. cummings (em caixa baixa), nasceu em 14 de outubro de 1894, em Cambridge, Massachusetts. Estudou em Harvard, de 1911 a 1915, especializando-se em literatura grega.
Falecido aos 67 anos de idade, e. e. cummings pertence à estirpe dos inventores da poesia moderna, ao rol daqueles poucos que realmente transformaram a linguagem poética de nosso tempo, em sintonia com o prospecto de uma civilização cujos crescentes progressos científicos vão abolindo vertiginosamente as fronteira entre a realidade e a ficção.
Abominado por críticos e poetas conservadores , cummings mereceu, em contrapartida, a admiração de escritores do porte de Marianne Moore, William Carlos William, John dos Passos e Ezra Pound.



"nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra

embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa
ou se quiseres me ver fechado,eu e

minha vida nos fecharemos belamente, de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala

o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha

e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas"

(tradução: Augusto de Campos)

Um comentário:

Déia Barros disse...

A primeira vez que ouvi esse poema, foi assistindo ao filme Hannah e suas irmãs de Wood Allen. Por algum motivo ficou em minha mente por anos. Quando te conheci percebi que fazia todo sentido o último pedaço.