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Apaixonada pela poesia e pela beleza que há na vida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Desatino

Olho teu olho... que tenta não
Fitas-me
Bolas de gelo... teus olhos
Quentes por dentro
Escalvas-me
Mas renego
Evito farejar-te
Pois, se o faço,
Inalo teu cheiro másculo
E desatino
Menina pedindo colo
Mãos por entre os cabelos
Beijo estalado
E cansaço às seis da manhã.

Milena Guimarães

sábado, 19 de novembro de 2016

Seis Sentidos

A tua boca me seduz
os lábios penetram,
degustam, mastigam
trituram, sentem e engole.
A tua fala mansa
vai vibrando como um canto,
por um momento,
um acalanto;
E os teus movimentos,
vão dançando um balé sereno,
uma arte, um aceno, lento...
As tuas mãos, olhos, ouvidos, boca,
nuca, vão me atraindo
Despertando, adormecido
me acolhendo, acalmando os meus sentidos...

Claudia Monteiro

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A beleza dos versos impressos em livro
- serena beleza com algo de eternidade -
Antes que venha conturbá-los a voz das declamadoras.
Ali repousam eles, misteriosos cântaros,
Nas suas frágeis prateleiras de vidro...
Ali repousam eles, imóveis e silenciosos.
Mas não mudos e iguais como esses mortos
                                                             [em suas tumbas.
Têm, cada um, timbre diverso de silêncio...
Só tua alma distingue seus diferentes passos,
Quando o único rumor em teu quarto
É quando voltas, de alma suspensa - mais uma página
Do livro... Mas um verso fere o teu peito como
                                                           [a espada de um anjo.
E ficas, como se tivesses feito, sem querer, um milagre...
Oh! que revoada, que revoada de asas!

Mario Quintana