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Apaixonada pela poesia e pela beleza que há na vida.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Poema 3

Minha boca paira em seus seios
na curta tarde cinzenta de inverno
nesta cama… somos delicadas
e brutas… tão quentes que, com a alegria, nos surpreendemos
brutas… e delicadas… jogamos anéis
em nós mesmas… nossa vela queima durante o dia
com a sua luz peculiar… e se a neve
começa a cair lá fora… cobrindo os galhos
e se a noite cai… sem aviso
estes são os prazeres de inverno
súbitos, selvagens e delicados… seus dedos
cuidadosa… minha língua cuidadosa no mesmo momento
em que para (de acariciar) diante de uma piada
meu amor… quente em seu perfume… à beira do inverno
(Adrienne Rich, 1986b, pág. 85)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Aos meus amigos...

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!
Vinícius de Moraes

terça-feira, 27 de agosto de 2013

3ª Bienal do B

Hoje começa a 3ª edição da Bienal do B. A Bienal de Poesia da cidade. 
Acontece de hoje até sexta (30/8) em frente ao T-Bone Açougue Cultural na 312 Norte.
A programação pode ser conferida no sítio eletrônico http://www.t-bone.org.br/index.php/t-bone-cultural/bienal-poesia/.
Vale a pena conferir!
Para atravessar agosto, ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu sem o menor pudor, invente um.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Mario Quintana

sábado, 24 de agosto de 2013

agora ar é ar e coisa é coisa:traço
nenhum da terra celestial seduz 
nossos olhos sem ênfase onde luz

a verdade magnífica do espaço.
Montanhas são montanhas;céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece
que é como se o universo uno,sem véus,

total,de nós(somente nós)viesse
- sim;como se, despertas do torpor
do verão,nossas almas mergulhassem
no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor)imortal e a coragem

de receber do tempo o sonho mais profundo

( tradução:  Augusto de Campos )

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Casa suspeita

talvez eu quisesse ser teu lado mais bonito
a parte da tua história mais repleta, plena
a coisa certa
de uma forma tão serena, tão doce
mas que ao mesmo tempo fosse
selvagem e obscena, violenta até.

que o ódio está sempre contido na paixão
e se eu tenho uma paz toda que me enfeita
trago uma casa suspeita dentro do coração

trago um crime que cometi ou que vou cometer
e jogo contra mim, jogo contra você
vivo do perigo de te fazer enlouquecer
no eterno dilema de ser e não ser
ando na beira do que pode acontecer
e morro de medo de te perder.
Bruna Lombardi