Quem sou eu

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Apaixonada pela poesia e pela beleza que há na vida.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Raio de luz

Você chegou, e iluminou o meu olhar,

Teus olhos nus raios de luz no azul do mar
Meu coração, que sempre quis acreditar,
Bateu feliz, foi só você chegar
Sei que a paixão, apaga o chão, rareia o ar ser e não ser,
Negar querer, fugir ficar
Mas não fui eu quem quis assim, aconteceu você pra mim
E eu não vou negar o que
O acaso quis pra nós
A chama desse amor me faz sorrir cantar, te quero mais
Te chamo só pra repetir, te amo....
Mas não fui eu quem quis assim, aconteceu você pra mim
E eu não vou negar o que
O acaso quis pra nós
A chama desse amor me faz sorrir cantar, te quero mais
Te chamo só pra repetir, te amo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Me perdi no momento incerto,

não sei qual o momento certo,
olhei ao lado e nada perto,
folhas, ramos tudo quieto,

o silêncio imperava,
o Sol esbravejava,
a alma conversava,
e eu não mais ali estava.


Olho para mim e não me conheço,
corro, olho-me antes que me esqueço,
olho o passado e desapareço,
valor alto, paga-se um alto preço.


Continuo o caminho, estou firme a navegar,
a vida é um oceano de mistérios, sem medo vou enfrentar,
em um momento a sorrir, em outro a chorar,
uma coisa é certa, meu barco zarpou para não mais voltar.

Adilson Costa

domingo, 18 de setembro de 2011

Valsa das Borboletas

Em sincronia,
sem intenções
elas dançam,
e vivem
- suas emoções.
Borboletas,
amarelas,
brancas,
vermelhas,
uma aquarela,
todas belas,
beleza natural.
Elas dançam,
sentem o som,
som do vento,
e as folhas
contagiadas,
pela dança
são arrastadas
e com elas
vão dançar.
Borboletas surgem,
convidadas
ou não,
e na valsa
no baile,
a dançar,
e com o vento
a vida
brindar.

Em sincronia,
sem intenções
elas dançam,
e vivem
- suas emoções.
Borboletas,
livres
libertas
do casulo,
nova vida,
assim dançam,
rodopiam,
em sincronia,
com alegria
em união.
Mais e mais,
surgem centenas,
milhares,
e dançam,
sorriem,
sem maldade
celebram
a liberdade.

Em sincronia,
sem intenções
elas dançam,
e vivem
- suas emoções.
Borboletas,
libertadas
da clausura,
da feiúra
perfeita.
E o belo
surgiu,
borboletas
elas sabem,
que o tempo
passa,
e as ultrapassa
sem pena.
Borboletas
vivem,
respiram,
celebram
a vida,
vida curta.

Em sincronia,
sem intenções
elas dançam,
e vivem
- suas emoções.
Borboleta
quero ser,
borboletas
sabem viver.


Adilson Costa

sábado, 17 de setembro de 2011

DO ALTO DOS QUARENTA E QUATRO



Do alto dos quarenta e quatro

miro meu retrato de anos atrás.

Tenho ar preocupado, um riso forçado...

num branco sem paz.



Do alto dos quarenta e quatro

tiro meus sapatos, ando pelo cais.

Mais lúcido que alucinado,

aprendi um ditado: “Prendam Barrabás!”

Vivo entre verso e prosa, ataque e defesa.

Vivo muito mais.

Contágio

Feroz em nós uma paixão de novo
nos ameaça
nos faz vibrar, o sangue flui
sobe no rosto
de repente a gente fica
disposto a tudo
e tudo é pouco
não importa que essa loucura
não tenha alívio
a gente muda, respira de outro jeito
arfa no peito sempre uma pressa
sempre aquela vontade
sozinha fico metade
depressa me abraça, uma saudade
que dói, uma coisa que arrebenta
e não se aguenta mais.
A gente se entrega ao risco
arrisca a pele, perde o rumo
no prazer dessa desorientação.
A gente quer explodir e não pode
quer se conter e não sabe
quer se livrar do jogo da paixão
mas não quer que ela acabe.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quem ama inventa

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
NO ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressureições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Escolha

Eu te amo como um colibri resistente
incansável beija-flor que sou
batedora renitente de asas
viciada no mel que me dás depois que atravesso o deserto.
Pingas na minha boca umas gotas poucas
do que nem é uma vacina.
Eu uma mulher, uma ave, uma menina…
Assim chacinas o meu tempo de eremita:
quebras a bengala onde me apoiei, rasgas minhas meias
as que vestiram meus pés
quando caminhei as areias.

Eu te amo como quem esquece tudo
diante de um beijo:
as inúmeras horas desbeijadas
os terríveis desabraços
os dolorosos desencaixes
que meu corpo sofreu longe do seu.
Elejo sempre o encontro
Ele é o ponto do crochê.
Penélope invertida
nada começo de novo
nada desmancho
nada volto

Teço um novo tecido de amor eterno
a cada olhar seu de afeto
não ligo para nada que doeu.
Só para o que deixou de doer tenho olhos.
Cega do infortúnio
pesco os peixes dos nossos encaixes
pesco as gozadas
as confissões de amor
as palavras fundas de prazer
as esculturas astecas que nos fixam
na história dos dias

Eu te amo.
De todos os nossos montes
fico com as encostas
De todas as nossas indagações
fico com as respostas
De todas as nossas destilairias
fico com as alegrias
De todos os nossos natais
fico com as bonecas
De todos os nossos cardumes
as moquecas.

domingo, 11 de setembro de 2011

Da chegada do amor

Sempre quis um amor
que falasse, que soubesse o que sentisse.
Sempre quis um amor que elaborasse
Que quando dormisse ressonasse confiança
no sopro do sono e trouxesse beijo
no clarão da "amanhecice".
Sempre quis um amor que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo "Bom-dia!"
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro coisa da mesma
embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis um amor que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda metade de mim
rasga afoita
o embrulho e a outra metade é o
futuro de saber o segredo que enrola o laço, é
observar o desenho
do invólucro e compará-lo com a calma da alma o
seu conteúdo.
Contudo sempre quis um amor
que me coubesse futuro e me alternasse em
menina e adulto
que ora fosse o fácil, o sério e ora um doce
mistério
que ora eu fosse medo-asneira e ora eu fosse
brincadeira
ultrassonografia do furor, sempre quis um amor
que sem tensa-corrida ocorresse.
Sempre quis um amor que acontecesse
sem esforço, sem medo da inspiração por ele acabar.
Sempre quis um amor de abafar, (não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor é a sua negação.
Sempre quis um amor que gozasse
e que pouco antes de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que sua estória me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse.

Elisa Lucinda