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sexta-feira, 30 de março de 2012

Ilustrações Clássicas de contos dos irmãos Grimm

Vale a pena comprar o livro!!!

Veja a notícia: "Livro reúne ilustrações clássicas de contos dos irmãos Grimm" : http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/03/120312_galeria_irmaos_grimm_cc.shtml?s



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Cris Tavares
http://casapoetica.blogspot.com/

quinta-feira, 29 de março de 2012

Teu beijo
é doce,
charmoso,
gostoso,
ternamente cheio de amor.
Inesquecível, eu sei !
Dele tenho lembrança,
dele tenho saudade,
dele tenho o sabor
para todos os minutos e horas da vida,
em toda a eternidade,
no tempo e no contratempo.
Teu beijo
é terno e eterno,
sincero,
suave,
leal,
doce,
charmoso,
gostoso,
um beijo de amor !

sexta-feira, 23 de março de 2012

Esperas...


Não digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!


Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!


Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!


Espera… espera… ó minha sombra amada…
Vê que p’ra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!…


(in Antologia de Poetas Alentejanos)

terça-feira, 20 de março de 2012

Desejos vãos 


Eu queria ser o Mar de altivo porte 
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão é ate da morte!


Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!


E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a gente!...
Florbela Espanca - Fanatismo 


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida 
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não es sequer razão do meu viver,
Pois que tu es já toda a minha vida!


Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo , meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!


E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu es como Deus: Princípio e Fim!..."

segunda-feira, 19 de março de 2012

Estamos sob o mesmo teto
Arnaldo Antunes
O Globo: 25/07/2009
estamos sob o mesmo teto
secreto
onde o sol indesejável é barrado
eu e você
sob o mesmo nós
dois, sóis
sob o mesmo pôr
(o enigma do amor)
do sol
onde todo contorno finda
estamos
sob a mesma pálpebra
agora
já e ainda
intactos de aurora.
Nem sempre a poesia vem em palavras, versos.
Paul Cadden usa o lápis, mas não escreve poesia, desenha poesia.
Seu trabalho é impressionante pela riqueza de detalhes, que nos leva a pensar tratar-se de fotografia.
Vale a pena conhecer e conferir o trabalho deste artista!

Com papel e lápis, artista faz obras que parecem fotografias

Hiperrealismo do escocês Paul Cadden é tema de exposição em galeria londrina.

Da BBC

1 comentário
Desenho feito pelo artista escocês Paul Cadden (Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)Desenho feito pelo artista escocês Paul Cadden
(Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)

Desenhos que podem ser confundidos com fotografias são a especialidade do artista hiperrealista escocês Paul Cadden, que é parte de uma exposição em uma galeria de Londres.

Com lápis e papel, Cadden faz desenhos ricos em detalhes e expressões.

As imagens estão sendo expostas na galeria londrina Plus One (www.plusonegallery.com), especializada em hiperrealismo.

A exposição engloba 16 artistas hiperrealistas. Mas as obras de Cadden ficarão permanentemente no local, ou até que sejam vendidas - algumas chegam a custar até 5 mil libras, ou quase R$ 15 mil.

Na opinião de Cadden, suas obras 'intensificam o normal'.

Segundo o jornal britânico The Daily Mail, o artista leva em torno de três a seis semanas para produzir cada obra.

Um porta-voz da galeria disse ao jornal que, à primeira vista, as imagens parecem mesmo com fotografias. 'Mas, vendo-as ao vivo, de perto, você percebe que é um desenho. Os detalhes são incríveis'.

Calçada com restaurantes em Nova York é retratada em desenho feito pelo artista Paul Cadden (Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)Calçada com restaurantes em Nova York é retratada em desenho feito pelo artista Paul Cadden (Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)
Desenho hiperrealista do artista escocês Paul Cadden (Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)Desenho hiperrealista do artista escocês Paul Cadden (Foto: Paul Cadden/Plus One Gallery)


sexta-feira, 16 de março de 2012

Eu ...


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...


Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...


Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os buracos do espelho
Arnaldo Antunes
O Globo: 27/07/2009
o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí

pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve

já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora

quarta-feira, 14 de março de 2012

Araras versáteis 
Araras versáteis. Prato de anêmonas.
O efebo passou entre as meninas trêfegas.
O rombudo bastão luzia na mornura das calças e do dia.
Ela abriu as coxas de esmalte, louça e umedecida laca
E vergastou a cona com minúsculo açoite.
O moço ajoelhou-se esfuçando-lhe os meios
E uma língua de agulha, de fogo, de molusco
Empapou-se de mel nos refolhos robustos.
Ela gritava um êxtase de gosmas e de lírios
Quando no instante alguém
Numa manobra ágil de jovem marinheiro
Arrancou do efebo as luzidias calças
Suspendeu-lhe o traseiro e aaaaaiiiii…
E gozaram os três entre os pios dos pássaros
Das araras versáteis e das meninas trêfegas.

terça-feira, 13 de março de 2012

LONGE


Mas se eu tiver que ser sozinha, serei inteira
serei plácida, como o lago que espera a chuva
como a chuva que busca a manhã.

E se eu tiver que ser escura, serei grandiloquente
se tácita, valente
se árida, compreensiva, ao menos
se ainda assim severa... então liberta.

E se me perder de tudo, e até do fim...
possivelmente eu serei nova
como o verão, no céu de janeiro
como janeiro, no céu de Paris!
Seja lá onde for Paris...          

Hoje, em qualquer lugar, longe daqui. Longe, longe...