Quem sou eu

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Apaixonada pela poesia e pela beleza que há na vida.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Oanna Selten, descobri recentemente e gosto do que ela escreve.

Ela se define assim: "Da poética à filosofia, do exício à eutimia, do sensual ao soturno; eu escrevo, e isso basta."
Visitem:https://oannaselten.com/

Das agonias de amar

Debaixo dessa densa nuvem cinza carregada de aflição, sobre as ínfimas pessoas aquém dos guarda-chuvas. Eu estou.
Sacrifico-me por nós, pois que já não me protejo das lágrimas d’atmosfera; e nem das minhas. Se não caibo no teu peito, deitada, adormecida, então que me inunde a água majestosa crepitante no asfalto frio, e que me liquefaça de uma vez.
Em todo o silêncio jaz a tua voz que sinto na pele, tocando-me devagar pela eternidade. E são meus olhos os que ouvem a tua voz enquanto a distância é uma ponte semiquebrada entre cinco mil precipícios.
Tudo porque colidimos.
E das agonias de amar, a redenção forçada é a única qual não me desvio. Deixo que acerte-me no órgão vital, deixo que o veneno cinja toda seiva extinguindo orgulho por orgulho.
Para o teu sol reluzir em minha noite outra vez; e todo o teu esforço não ser em vão. Pois que das agonias de amar, o perdão só tem bruto-valor quando transcende o dizer.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Em homenagem ao aniversário de nascimento de Caio Fernando Abreu...



Faz anos navego o incerto

Faz anos navego o incerto.

Não há roteiros nem portos.

Os mares são de enganos

e o prévio medo dos rochedos

nos prende em falsas calmarias.

As ilhas no horizonte, miragens verdes.

Eu não queria nada além

de olhar estrelas

como quem nada sabe

para trocar palavras, quem sabe um toque

com o surdo camarote ao lado

mas tenho medo do navio fantasma

perdido em pontas sobre o tombadilho

dou a face e forma a vultos embaçados.

A lua cheia diminui a cada dia.

Não há respostas.

Queria só um amigo onde pudesse jogar o coração

como uma âncora.