Rosas da noite
Rosas sobre o mar, rosas ao anoitecer
E tu que vens de longe, as mãos pesadas de rosas!
Eu aspiro tua beleza. O declínio faz chover
Suas finas cinzas douradas e suas poeiras rosadas...
Rosas sobre o mar, rosas ao anoitecer
Um sonho remanescente segura minhas pálpebras fechadas
Eu espero, sem saber direito o que espero em vão
Em frente ao mar parecido com escudos de bronze
E tu que aqui vieste me trazendo rosas...
Oh, rosas no céu e no anoitecer! Oh, minhas rosas!
Renée Vivien
terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
Lassitude
LASSITUDE
Nesta noite dormirei um grande e doce sono.
Fecha pesadas cortinas, mantém portas cerradas,
Não permita, sobretudo, que o sol entre.
Coloca à minha volta a noite embebida em rosas.
Põe, na brancura de um travesseiro profundo,
essas flores mortuárias de perfume obsedante.
Põe nas minhas mãos, no meu coração, na minha fronte,
essas flores pálidas, que são como um círio tépido.
E eu direi bem baixo: “De mim não restou nada.
Minh’alma enfim repousa. Tem piedade dela!
Respeita seu repouso durante a eternidade.”
Dormirei nesta noite a morte mais bela.
Que se desfolhem as flores, lírios e tuberosas,
E que se cale, enfim, no limiar das portas cerradas,
o eco persistente dos soluços de épocas passadas...
Ah! A noite infinita! A noite embebida em rosas!
Renée Vivien
Renée Vivien
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