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domingo, 29 de maio de 2011

Lassitude

LASSITUDE

Nesta noite dormirei um grande e doce sono.
Fecha pesadas cortinas, mantém portas cerradas,
Não permita, sobretudo, que o sol entre.
Coloca à minha volta a noite embebida em rosas.

Põe, na brancura de um travesseiro profundo,
essas flores mortuárias de perfume obsedante.
Põe nas minhas mãos, no meu coração, na minha fronte,
essas flores pálidas, que são como um círio tépido.
E eu direi bem baixo: “De mim não restou nada.
Minh’alma enfim repousa. Tem piedade dela!
Respeita seu repouso durante a eternidade.”
Dormirei nesta noite a morte mais bela.

Que se desfolhem as flores, lírios e tuberosas,
E que se cale, enfim, no limiar das portas cerradas,
o eco persistente dos soluços de épocas passadas...
Ah! A noite infinita! A noite embebida em rosas!

Renée Vivien

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